Recentemente fiz uma resenha enaltecendo os filmes franceses, justamente por serem simples, emocionantes e cotidianos, e como eles têm me conquistado com a sua pureza. Com “A Trama” vemos algo completamente diferente. Aqui temos algo mais real, e diria até mas visceral, mostrando como a vida de jovens pode ser afetadas por ataques terroristas. Vemos também como cada pessoa reage de uma forma diferente, e que se não olharmos com atenção estaremos deixando justamente nascer um novo extremista com ideias deturpadas do que é certo ou errado.

Sinopse: “Durante o verão, Antoine participa de um workshop de escrita para o qual alguns jovens foram selecionados. Eles devem produzir um “thriller” com a ajuda de Olivia, uma escritora famosa. O processo criativo relembrará o passado industrial da cidade de La Ciotat, uma nostalgia que é indiferente para Antoine. Preocupado com os temores do mundo moderno, ele logo irá confrontar o grupo e Olivia, que parece ao mesmo tempo assustada e encantada pela violência de Antoine.”

De um tempo para cá a França tem sofrido bastante com atentados terroristas e neste filme nos é mostrado justamente como estes fatos têm afetado a cabeça dos jovens franceses. De uma forma simples e dinâmica são discutidos assuntos como racismo e crenças religiosas. Até que ponto o tédio de uma vida pacata pode afetar o teu psicológico a ponto de querer fazer algum tipo de atrocidade somente para satisfazer um desejo de ver como é. Vemos como ter ódio de algo diferente de você pode te transformar em uma pessoa extremista apenas pelo motivo de querer ser assim.

Não achei um filme fácil de se ver, achei ele lento e por muitas vezes demais contemplativo. Indicado mais para pessoas que curtam esse tipo de filme mais introspectivo e que te faça pensar bastante ao fim da projeção. Particularmente adoro filmes que me façam pensar sobre coisas do nosso cotidiano que não prestamos muito atenção e graças aos deuses do cinema existem diretores que conseguem extrair o que tem escondido em cada um de nós.