A Lei da Noite
Quase todo fã de algum livro tem problemas com suas versões cinematográficas. Não é nada pessoal, conscientemente, nós sabemos que filmes são adaptações, logo, nunca serão iguais aos seus predecessores, os livros. Porém, como deixar que a visão do diretor se sobreponha a nossa, certo? Ao ler uma história, imaginamos nossos personagens, eles ganham vida em nossas mentes, e as nuances do enredo também se tornam reais baseadas em nossas preferências e vivencias pessoais. Aí nos chegamos ansioso ao cinema e quase sempre saímos decepcionados, sentimos que o elenco não era ideal, que o roteirista não deu ênfase as partes mais importantes (afinal, eles tem apenas em torno de 2 horas) e o diretor não captou bem o contexto geral. Com tudo isso sendo dito, vocês podem imaginar minha surpresa ao assistir “A Lei da Noite”, amar cada segundo e sair extremamente satisfeita no final, sendo que, ele é uma adaptação cinematográfica de um dos meus livros favoritos, “Os Filhos da Noite” de Dennis Lehane.
Dirigido e estrelado por Ben Affleck, este longa conta a história de Joe Coughlin, um filho de policial, ex- soldado de guerra que traumatizado por ela, decide que nunca mais permitirá que ninguém lhe de ordens, e não quer mais matar ninguém. O grande problema de Coughlin é que ele vive em uma linha tênue, já que ganha a vida cometendo crimes e embora não deseje isso de jeito nenhum, acaba se envolvendo com a máfia.
Esta é uma história sobre máfia, tormentos e amor que se passa na época da “Lei Seca” dos Estados Unidos. Que era totalmente burlada pelos gângsters. Não quero contar muito da história para não estragar sua experiência, mas posso dizer que o filme cumpre totalmente sua proposta. Tanto os fãs do livro quanto quem vai assistir sem saber nada sobre sua versão literária sai satisfeito do cinema e tem fácil entendimento de toda a história.
Embora o personagem principal seja Joe (Affleck), os três grandes destaques desta história são três mulheres que ele ama de formas totalmente diferentes, interpretadas por Sienna Miller,- que praticamente desencadeia toda a história e o envolvimento do protagonista com a máfia-, Zoe Saldana e Elle Fanning.
Claro, que em apenas duas horas e nove minutos não seria possível mostrar todo o enredo do livro, mas o diretor e roteirista fez um ótimo trabalho ao escolher as partes mais relevantes. Para mim só existem dois pontos fracos, o primeiro é a escolha de Ben Affleck para interpretar Coughlin, acredito que ele seja um ótimo ator, mas neste caso teria escolhido um ator menos conhecido, ao invés de ver um de meus personagens favoritos ganhando vida, eu só conseguia ver Affleck de chapéu. Outro ponto negativo foi a falta de ênfase dada a personagem vivida por Elle Fanning (Loretta Figgs), já que no livro ela é de suma importância. Mas ainda assim, mesmo com estes dois pontos contra, o filme é espetacular.
Não deixe de ir aos cinemas conferir “Lei da Noite”, o melhor filme de máfia do século XXI até agora.
Por Luciana Costa