A Grande Fuga

Prepare o coração e as lágrimas porque A Grande Fuga é daquele tipo de filme que a emoção vai bater forte. A história já é bastante comovente por si só, e ela fica mais emocionante quando notamos que se trata de uma história real. Tudo o que acompanhamos aqui ocorreu em junho de 2014 no aniversário de 70 anos da invasão dos aliados na costa da Normandia, na França. Se prepare para uma história sobre ressentimentos passados, amor e de como viver a vida até o seu último momento.

Sinopse: “A trama se passa durante o verão de 2014 e acompanha a história real de Bernard Jordan (Michael Caine), um veterano da Segunda Guerra Mundial que decide escapar da casa de repouso em que vive e viajar até a França – tudo isso para participar da celebração do 70º aniversário do Dia D nas terras da Normandia.”

Esse filme chega a ser covardia para essa pessoa que vos fala. Se tem algo que me comove enormemente é colocar idosos em uma idade fragilizada repensando a vida e sofrendo seja lá por qual motivo. Isso me toca de verdade, lembra meus pais e um aperto no coração já chega mais forte. É importante salientar que essa fase da vida é cercada de lembranças do passado, sejam elas boas ou ruins. A solidão chega por ter perdido muitos amigos e familiares e um pouco de atenção a mais é sempre bem-vinda. Elas só querem um pouco de cuidado, carinho e um respeito por tudo o que elas já viveram e presenciaram durante a vida.

Nessa aura que acompanhamos um casal já no auge da sua 3º idade: Bernard Jordan (Michael Caine) e Irene Jordan (Glenda Jackson). Os dois moradores de uma casa de repouso. Tendo perdido as inscrições para uma excursão dessa viagem, Bernard resolve ir sozinho mesmo, tudo encorajado por sua mulher Irene. Nesse momento é que a narrativa meio que se divide em duas. Uma acompanhando Bernard e outra focada em Irene.

No desenrolar dessa aventura, também acompanhamos o passado desses dois personagens e quanto o amor entre eles os uniu mais ainda. Não vai muito a fundo, mas nos mostra aquele fogo apaixonante que perdura até os dias atuais. Entendemos porque são tão unidos e porque são tão zelosos um com o outro. Na aventura solitária de Bernard, ele conhece outro veterano de guerra, Arthur Howard-Johnson (John Standin), que se torna um bom amigo em pouco tempo. Os dois possuem ressentimentos do passado e juntos conseguem viver isso. Uma amizade inesperada, rápida, mas que um precisava do outro. O encontro com os veteranos alemãs também é emocionante e mostra que apesar dos pesares todo mundo era humano.

A Grande Fuga emociona em determinados momentos, mas poderia ter ido até mais fundo nessa emoção. Consegue equilibrar os sentimentos de drama e uma comédia bem equilibrada. Nos faz pensar sobre nossas vidas e acabamos refletindo tudo o que vivemos e que temos de viver pela frente. Não o julgo perfeito, mesmo curto com apenas 96 minutos de projeção, acaba parecendo maior do que é. Em determinados momentos a emoção não chega como deveria e acabamos vendo algo um pouco insosso.

Esse longa marca o último longa dos dois protagonistas. Michael Caine anunciou sua aposentadoria, e a atriz Glenda Jackson, infelizmente, faleceu antes da estreia nos cinemas.