A Família Addams
Sempre fui um grande fã do conceito de A Família Addams. Uma família de monstros que tentam viver da pior forma possível (para eles a melhor) sem contato com o mundo real, em que ao serem descobertos todos tentam os matar só por parecerem estranhos e diferentes do habitual. Criado na década de 30 por Charles Addams, essa mórbida família já teve 2 seriados para a televisão, uma de 1964 e outra de 1998; 2 animações, uma de 1973 e outra de 1992; e 3 filmes para o cinema: A Família Addams (1991), A Família Addams 2 (1993) e O Retorno da Família Addams (1998). Novamente, este ano, somos contemplados com mais um longa, mas dessa vez como animação.
Sinopse: “Para ir de mal a pior, a Família Addams precisa se preparar para receber uma visita de parentes ainda mais arrepiantes. Mas a misteriosa mansão deles parece estar com os dias de maldade contados. O clã assustador mais querido dos cinemas está de volta nessa animação baseada nos quadrinhos de Charles Addams.”
Essa animação é bem voltada para o público mais infantil mesmo. Possui piadas bem bobas e na maioria do tempo bem desnecessárias e com um timing bem ruim. Ainda assim, conseguiu me divertir (entender o que estamos vendo também faz parte da experiência cinematográfica). Me divertiu principalmente em todos os momentos de contra ponto com a vida real. Tudo o que nós, seres humanos sem graças e normais, sentiríamos medo, eles amam. Esse é o grande barato dessa família disfuncional. Nos fazer entender e aceitar o diferente é mote principal aqui, mesmo que nisso não fique em total evidência.
O que mais destaco aqui é o desgin dos personagens. Eles são estranhos, ou muito esguios, ou muito corpulentos. Me lembrou muito animações como O Estranho Mundo de Jack (1993) e Noiva Cadáver (2005). A genialidade aqui é fazer com que monstros pareçam estranhos e fazer com que as pessoas normais sejam mais estranhas que os monstros. Bato palmas, pois não acho algo fácil de ser feito. É uma pena que esse tipo de detalhe passe despercebido pela maioria das pessoas, mas consegui ter a visão e apreciar.
Gostaria muito que ele tivesse sido melhor do que foi. Teria saído do cinema muito mais feliz e falaria de muito mais coisas do que design de personagens. Leve seu filho pequeno e veja como ele reage com o bizarro, acredito que será uma ótima experiência. Tenho certeza que quando tocar o tema da música clássica, você irá sorrir no canto de boca e estalar os dedos como a própria canção pede. Uma animação boba e despretensiosa, mas que pode diverti mais do que deveria ou possa esperar.