A Casa

A Casa é um filme espanhol que estreou na Netflix em março de 2020. Era início do lockdown implementado no Brasil e com isso muita gente dedicou mais tempo aos streamings. Com isso, o longa angariou um sucesso até que inesperado na época e muita gente acabou o vendo. Eu só o vi agora e entendo o porque de ter sido comentado antes. Embora ele não seja uma obra fabulosa, consegue nos pegar pelo suspense e nos faz pensar o que o nosso protagonista quer realmente fazer.

Sinopse: “Em A Casa, Javier Muñoz (Javier Gutiérrez) é um executivo desempregado que é forçado a vender seu apartamento. Quando ele descobrir que ainda tem as chaves, ficará obcecado pela família que agora mora lá e decidirá recuperar a vida que perdeu, a qualquer preço.”

Eu fui vê-lo sem saber nada sobre ele, o que muitas vezes eu prefiro, pois acabo não tendo nenhum pré julgamento. Ao começar eu me senti muito solidário ao nosso protagonista Javier. O personagem passa por diversos problemas, teve que se mudar de sua casa e praticamente tem que mendigar por um novo emprego. Sentimos sua dor e entendemos todas as dificuldades pela qual está passando. Diria também que demorei um pouco a entrar na história. Achei que pelos menos os seus 30 minutos iniciais foram bem tediosos.

Aos poucos as coisas vão mudando de figura e passei a me perguntar o que Javier estava querendo de verdade. Por ele se sentir um fracassado, a vontade de ter tudo o que perdeu de volta se torna algo maior do que qualquer coisa. Ele passa até mesmo a negligenciar a sua própria família. Tudo para obter o seu status quo de volta. De solidário, nós passamos aos poucos a odiar o protagonista, ainda mais que começamos a entender seu plano maquiavélico de fato.

A que ponto uma pessoa pode chegar só para ter seu status de volta? Foi a pergunta que me fiz. Tudo bem que estamos diante de uma obra de ficção, mas me fez ir além. Fiquei imaginando quantos Javiers temos por aí pelo mundo. Uma pessoa cruel que está disposta a acabar com a felicidade de pessoas boas e comuns só para ter o que quer, sem se importar com qualquer consequência. Embora cruel, é isso que deixa o longa aprazível para se ver. A sua raiva vai aumentando e faz você ter reações para com o filme sem menos perceber.

Achei seu final bem corajoso. O tom agridoce toma conta. Ainda temos um último filete de esperança de que as coisas possam ser diferentes do planejado, mas nem tudo é como queremos. Ele acaba sendo um bom filme por nos dar uma mudança de roteiro abrupta e pela sua crescente que culmina no ápice da maldade da mente humana. Começa devagar, mas logo nos deixa presos em uma trama em que somos as únicas testemunhas e cúmplices de uma crueldade inimaginável.

A Casa está disponível no catálogo da Netflix.