A Batalha do Biscoito Pop-Tart
Existe um papo por aí que a Netflix produz seus filmes através de algoritmos. Procuram saber o que o público mais quer e acaba realizando suas produções em cima desse “estudo”. Não sei até onde isso é verdade, mas eu acredito nisso a cada dia que passa, pois seus longas em maioria esmagadora me parecem algo genérico e copiado de algumas obras já realizadas por aí. A Batalha do Biscoito Pop-Tart me parece uma versão comédia de outros filmes que vimos nos últimos anos que buscam mostrar a origem de marcas de sucesso. A única diferença aqui é que ele entra na fantasia com um humor bem escrachado para contar uma história que talvez ninguém se importasse em saber.
Sinopse: “Michigan, 1963. A Kellogg’s e a Post, rivais do setor de cereais, correm contra o tempo para criar um doce que vai mudar o café da manhã americano para sempre. Uma história sobre ambição, traição, açúcar e leiteiros malvados.”
Jerry Seinfeld é uma figura extremamente conhecida nos Estados Unidos e ficou famoso principalmente por seus stand up comedies e pela série Seinfeld (1989 – 1998). Raramente ele aparece em alguma produção cinematográfica, e aqui ele conseguiu a proeza de ser o protagonista, além de ser o diretor. Sendo essa a primeira vez que ele fica nessa função em sua carreira. De um modo geral até posso dizer que ele foi bem, porém, o resultado do filme para com o meu gosto pessoal pode não ter sido tão bem assim.
Essa história é baseada em uma história real, mas o difícil mesmo é saber o que foi tirado da realidade e colocado aqui, pois tudo parece ser tão absurdo que faz parecer tudo irreal. Facilmente conseguimos identificar os exageros, talvez para deixar a história mais interessante e mais palpável para todos. Esse detalhe cai no que disse mais em cima. Quem se importa de saber como foi a criação desse doce para o café da manhã? Se precisássemos disso, a história original por si só deveria bastar e agradar a todos. Nessa de inventar, acabamos recebendo uma obra muito abaixo do esperado. Lembrando que estamos falando de um produto que aparentemente nunca chegou ao nosso país.
Ele não é de todo um fracasso, possui bons momentos, principalmente quando ele coloca vários atores comediantes para atuar. A maioria deles são oriundos do programa humorístico Saturday Night Live e quando eles entram em cena mais parece uma esquete do programa. Isso faz com que o longa tenha momentos de um bom humor, mas que não faz tão sentido com a história principal que está sendo contada aqui. Vale mencionar que os atores e personagens da série Mad Men também aparecem e nos dão um bom momento em cena. Uma boa comédia pontual, mas completamente sem sentido para o todo.
Se busca por filmes como esse, prefiro recomendar outros bem melhores como Fome de Poder (2016), A Rede Social (2010) e Air – A História Por Trás do Logo (2023). Esses são muitos mais interessantes e posso dizer que são bons filmes. A Batalha do Biscoito Pop-Tart não passa de uma cópia genérica de qualquer um desses e consegue ser quase uma cópia pior do que The Beanie Bubble – O Fenômendo das Pelúcias (2023) que estreou ano passado. A fórmula do sucesso, inclusive, parece ser a mesma.