Atena

Atena é um novo suspense policial brasileiro que chega em breve aos cinemas. O filme será distribuído pela A2 Filmes e é dirigido por Caco Souza (400 Contra 1), com roteiro de Enrico Peccin. Conta com Mel Lisboa (Maníaco do Parque) como protagonista em um elenco que ainda tem a participação de Thiago Fragoso (Medusa). A história desse longa aborda temas sensíveis como trauma, vingança e justiça, mostrando a jornada de uma mulher que lida com as consequências de um passado doloroso.

Sinopse: “Atena (Mel Lisboa) é uma jovem marcada por um passado de abuso infantil. Após o desaparecimento de seu pai, ela se torna uma justiceira, formando um grupo para atrair e ‘julgar’ agressores em sua cidade. Com a ajuda do jornalista Carlos (Thiago Fragoso), Atena finalmente localiza seu pai em Montevidéu. Essa descoberta a impulsiona em uma busca por vingança que a força a confrontar os tênues limites entre a justiça e a retaliação pessoal, em uma trama tensa que se desenrola entre Gramado e a capital uruguaia.”

A temática desse filme é bem pesada. Tratar assuntos como abuso infantil, violência contra a mulher e a busca por justiça em um sistema falho não é fácil. O conceito de “justiça pelas próprias mãos” fica bem em voga nessa película, e estamos diante de uma anti-heroína que faz o que tem que fazer sem dó nem piedade. Ela acaba sendo o avatar de nosso grito abafado pela injustiça que vemos no mundo, e por mais que seja errado, é muito bom vê-la castigando tais pessoas. Torcer por Atena é fácil. Os problemas são algumas falhas técnicas que pude observar durante a projeção.

Uma história de vingança sempre me cativa, mas dessa vez não “rolou” comigo. Ainda não sei exatamente o porquê, mas minhas explicações podem começar pelo ritmo, que não foi tanto do meu agrado. O roteiro fraco e algumas atuações bem abaixo da média, com alguns beirando o figurantismo, me incomodaram. Nada a ver com os atores principais. A direção também não funcionou em certos momentos. Mostrar Atena nervosa esperando para dar o bote no seu pai, bebendo whisky adoidada antes do momento crucial, não foi bem demonstrado na minha visão. Essa câmera para mostrá-la um pouco transtornada não me convenceu. Esse foi apenas um exemplo. Tem mais.

Os pontos positivos ficam para os temas abordados. Poucos falam sobre esses gatilhos emocionais, mas aqui conseguem traduzir muito bem o sentimento. Atena é uma mulher que foi abusada pelo pai quando ainda era criança. Imagina quantos problemas emocionais essa personagem teve nesse período. Fica claro que ela nunca superou. Escolher se vingar é um ato de tentar lidar com esse trauma de alguma forma. A retaliação a ajuda nessa jornada de se reerguer emocionalmente. Em uma história de vingança, nem tudo sai como planejado, e até inocentes sofrem as consequências desse ódio enraizado.

Atena não é um desastre. É muito possível vê-lo sem notar grandes erros que realmente impactem o resultado final. Escolhas de como o longa foi conduzido me incomodaram, mas isso também não deixa de ser um preciosismo meu na hora de julgar. Não é porque não gostei que o que foi feito em tela esteja ruim ou errado. Apenas não funcionou para mim. De qualquer forma, sou um entusiasta de nosso cinema nacional e recomendo que vejam essa película para tirarem suas próprias conclusões.