Demolidor: Renascido 1ª Temporada

Demolidor está de volta com uma nova série, agora sob a chancela do MCU (Universo Cinematográfico da Marvel). Esta é uma continuação direta da série Demolidor produzida pela Netflix, que teve três temporadas entre 2015 e 2018. Nesta primeira temporada de Demolidor: Renascido, temos um total de nove episódios e o retorno de Charlie Cox (Stardust: O Mistério da Estrela) como Matt Murdock/Demolidor e Vincent D’Onofrio (A Cela) como Wilson Fisk/Rei do Crime, além de outros personagens coadjuvantes já conhecidos da série anterior. A nova produção possui um clima mais sombrio e adulto, ao mesmo tempo em que trata de dilemas morais complexos e apresenta cenas de ação bem coreografadas e intensas.

Sinopse: Matt Murdock, o advogado cego com sentidos sobre-humanos, veste novamente o manto do Demolidor para proteger as ruas de Hell’s Kitchen. Nesta sequência direta da aclamada série da Netflix, Matt se vê em um confronto inevitável com seu antigo nêmesis, Wilson Fisk, que agora busca legitimar seu poder através da política em Nova York. Enquanto navega pelo sistema legal durante o dia e combate o crime à noite, Matt precisa confrontar seus próprios limites morais e as complexas consequências de suas escolhas, tudo isso enquanto passado e presente colidem em uma batalha épica pelo futuro da cidade.

Embora seja uma nova série que continua uma antiga, ela não parece mudar o tom. Permanece violenta e mantém o clima sombrio do personagem que já vimos anteriormente. O retorno dos mesmos atores contribui para manter esse clima do passado, como se nunca tivesse havido esse hiato entre as séries. Poucas mudanças significativas foram notadas em relação à produção, mas senti que a narrativa está mais procedural. Há uma história principal que permeia a temporada, mas em cada episódio vemos um caso diferente que coloca nosso herói diante de dilemas éticos e morais que apreciamos. Vale mencionar que a manutenção do elenco foi muito positiva para o desenvolvimento desta nova obra.

Logo no início, temos uma tragédia, uma decisão corajosa por parte da produção, que coloca nosso querido Matt Murdock em dúvida se continua como o Demolidor ou apenas como um advogado que busca a justiça por meios legais. Por outro lado, vemos Wilson Fisk se tornando um homem muito poderoso por meios legais. Isso sufoca nosso herói até o exato momento em que ele resolve voltar à ativa por um bem maior. Nesse meio tempo, vemos Matt lidar com corrupção, moralidade, as consequências da violência e o sistema legal dentro da narrativa. Esse último ponto foi muito bem colocado, pois vemos como os pobres sempre perdem, não importa a ocasião. Eles sempre serão os prejudicados, e nosso herói sente isso na pele nesse momento. O sistema nem sempre é justo, e os pobres são sempre os mais lesados.

As cenas de ação continuam sendo um destaque na história do herói. A cena inicial é de um primor absurdo, uma sequência que chega a deixar o espectador nauseado. Muito bem feita e planejada, a violência continua presente, e o impacto de cada soco é sentido. Diria até que a violência é exacerbada; há fraturas expostas em alguns momentos, e isso parece ser causado mais para impactar do que para contar a história. Em alguns momentos, ela parece confusa, e alguns movimentos não são totalmente compreendidos, como se não houvesse um planejamento entre a direção e o departamento de efeitos visuais. Esse é um detalhe que pode incomodar o espectador mais atento em busca de falhas.

Demolidor: Renascido é boa, mas é muito lenta no desenvolvimento da história principal. Há bons momentos e bons episódios, mas tudo deixou a sensação de que apenas metade da história foi contada, como se tivessem colocado o pé no freio para não revelar tudo de uma vez. O final é aberto e parece uma derrota para o herói, sendo que uma segunda temporada já está sendo filmada. Acredito que tudo se resolverá nesse próximo grupo de episódios. Arcos serão fechados, mas até aqui a sensação foi de algo feito pela metade, tornando esta jornada inicial apenas mediana.