Resgate Implacável

Os filmes do Jason Statham são tão clichês e característicos que já os considero um gênero dentro das obras de ação. Resgate Implacável não é diferente de nada do que já vimos por aí, e entra nessa categoria com louvor. Esse longa é baseado no primeiro romance da série de livros chamada de Levon’s Trade escrito por Chuck Dixon. A direção é de David Ayer (Esquadrão Suicida) e é roteirizado por Sylvester Stalllone junto com o Ayer. Me dá um certo calafrio ao saber que essa coleção possui 12 volumes. Por mim, já parava nesse aqui.

Sinopse: “Levon Cade (Jason Statham) é um ex-agente de operações secretas que abandonou sua perigosa profissão para viver de forma simples e trabalhar na construção civil, dedicando-se integralmente à criação de sua filha. No entanto, sua nova vida é abalada quando Jenny (Arianna Rivas), a filha adolescente de seu chefe, desaparece misteriosamente. Relutante, Levon é forçado a resgatar as habilidades que o tornaram lendário no submundo das missões secretas. Ao investigar o desaparecimento da jovem universitária, ele se depara com uma conspiração criminosa sinistra, que se estende além do que ele imaginava.”

Confesso que não sei nem por onde começar, mas é fato de que não gostei dessa película. Um emaranhado de clichês berram na tela e não consegui aproveitar nada de bom dele. Nosso protagonista trabalha em uma construção como um grande chefe justo do qual todos o amam e o veneram. Do nada, chegam uns bandidos para cobrar uma dívida de um de seus empregados, e logo nosso herói chega pra colocar a ordem na casa, e assim espantando os bandidos. A confusão está feita, mas pasmem, isso é total esquecido e os bandidões não voltam para se vingar. Pelo menos nesse filme, digo isso pois sei que é uma grande coleção de livros. Isso já me deixa preocupado.

Ele possui uma filha, e já pensei: “ferrou, vão sequestrar a filha dele”, mas também não foi dessa vez. Devo dizer que nisso eu fui surpreendido. Porém, bandidos aleatórios sequestram a filha do seu patrão porque a acham muito bonita para o tráfico de pessoas. O bom patrão pede para que Levon a resgate custe o que custar, sabendo que ele não é apenas um trabalhador civil. Pronto, essa é a isca para começar a pancadaria desenfreada e muitas vezes sem sentido. As mortes sem sentido e merecidas começam e é só o que teremos daqui em diante. Se gostar disso, ótimo, se quiser algo mais profundo, veio buscar no lugar errado.

Considero David Ayer um bom diretor. Não acho que faz algo fenomenal e nem faz porcaria, mas aqui é preciso dizer que está bem abaixo da média. Posso até colocar essa conta no baixo orçamento, mas não temos nenhuma cena boa de ação. São todas genéricas e sem vida. O roteiro também é muito fraco. Diálogos risíveis e previsíveis que beiram a vergonha alheia. O perigo nunca está presente de verdade. A menina sequestrada não aparenta nenhum pânico e isso torna tudo tão falso que não dá para levar nada a sério.

A atitude da menina me faz lembrar que não tem ninguém atuando bem aqui. Só existe personagem canastrão e que não causa nenhuma pena caso seja morto daqui a 10 minutos. Tudo isso me lembra demais a energia de uma série barata feita para os anos 90. Nem a catarse de belas mortes existe para ficarmos um pouco mais alegres e mais conectados com o que estamos vendo na projeção. É tudo tão ruim que só queria que ele acabasse logo.

Resgate Implacável é esquecível. Nem indicaria ir ao cinema para vê-lo, pois no streaming o que mais tem é algo do mesmo estilo. Se for um fã nato de Jason Statham vá, mas vá sozinho. Não faça ninguém sofrer por quase duas horas junto com você. Sabendo que esse personagem possui vários volumes, pela primeira vez estou torcendo para deixar do jeito que está. Já valeu essa aventura do homem invencível que mata todo mundo, mas que é do bem.