Verdade seja dita, tem sido difícil achar alguma obra de Star Wars boa atualmente. Existem momentos bons, mas que no geral não agradam aos fãs. Qual a chance de Skeleton Crew chegar e agradar a todos? Como um bando de crianças nesse universo pode ser bom? É aí que vem o pulo do gato. Ela é ótima por causa disso mesmo. Sempre se foi falado que Star Wars é para criança. Então fizeram uma obra pensando nisso, com muitas aventuras e com um tom anos 80 que chega a dar uma nostalgia nos mais velhos. Felizmente, essa série me agradou bastante, mas sinto que boa parte das pessoas não viram. Espero que esse texto faça com que tais pessoas deem uma chance a essa produção leve e divertida.

Sinopse: Um grupo de crianças vive de forma entediante em um planeta onde tudo funciona e onde tudo parece extremamente seguro. Em um belo dia, descobrem uma nave espacial enterrada em uma floresta e graças a ela conseguem sair de seu mundo e acabam se perdendo pelo universo. Agora, precisam encontrar o caminho de casa ao mesmo tempo em que enfrentam piratas perigosos que querem saber de onde essas crianças vieram. Elas precisam selar seus laços de amizade e unir forças para conseguir seu intuito.

Essa série se passa logo após O Retorno de Jedi (1983). Embora tudo pareça bonito, calmo e pacífico, sentimos que há algo de diferente no lugar onde essas crianças moram. Esse planeta parece intocado pelo mal e todos nele se mostram bastante ingênuos para um universo que estava até há pouco tempo dominado pelo Império. Parece um lugar doutrinado pela Velha República e que permanece assim até hoje. Mas como? Essa é uma das coisas mais legais de se ir descobrindo na série.

O clima oitentista é notório desde o seu início. Claramente se inspiraram em obras da Amblin como ET: O Extraterrestre (1982) e Os Goonies (1985). Um clima de aventura real ao mesmo tempo em que seus pais estão preocupados com seus filhos desaparecidos. Colocar crianças como protagonistas foi muito acertado. O fato delas serem crianças dá o tom de uma aventura incrível e que jamais vão esquecer. Elas choram mesmo diante do perigo e afirmam em voz alta: “nós somos crianças, como podem fazer isso com a gente?”. A seriedade dela é na medida certa e a diversão se encontra do início ao fim.

Além das crianças, a tripulação da Skeleton se completa com SM 33 (Nick Frost), um robô que veio junto com a nave e que se mostra muito raivoso e que dá todo o suporte para o capitão de sua nave. Dentro dele reside um ratinho muito fofo que acaba se tornando companheiro indireto deles. O robô ainda contém muitos segredos sobre o lar das crianças. O outro tripulante da nave é o Jod Na Nawood (Jude Law), um pirata que promete ajudar as crianças a voltarem para casa em troca de uma recompensa. Ele é o personagem mais dúbio de toda a série. Não sabemos se ele vai para o lado do mal ou do bem. Dito isso, achei corajoso o rumo em que levaram o personagem. Ele é o mais perto de um Jedi que temos por aqui.

Skeleton Crew é uma ótima pedida para quem quer acompanhar uma aventura completamente despretensiosa. Em nenhum momento ela se prontifica a ser grande. Está longe do lore principal de Star Wars e vive uma aventura infantil completamente a parte dos principais acontecimentos do universo até então. Agora, fico na expectativa da confirmação de uma 2º temporada. Tivemos um fim, mas certamente dá para explorar algo pós os acontecimentos dessa temporada. O maior perigo para isso não acontecer pode ser a audiência que acabou sendo baixa. Mas, garanto que é algo divertido de se ver.