Um Tira da Pesada 4: Axel Foley
Anunciar uma continuação de uma franquia 30 anos após o seu último projeto faz com que qualquer um tenha um pé atrás com o que virá. Um Tira da Pesada ajudou a moldar meu caráter e me fez amar filmes quando ainda era criança. Não só ele, mas com certeza esse me influenciou demais. Ele era o puro suco dos anos 80 e ficou difícil enxergá-lo como uma nova obra nos dias atuais. Bastou os primeiros 10 minutos para que Um Tira da Pesada 4: Axel Foley caísse no meu gosto e eu fosse dali até o fim com um baita sorrisão no rosto.
Sinopse: “O detetive Axel Foley (Eddie Murphy) está de volta a Beverly Hills. Depois que a vida de sua filha (Taylour Paige) é ameaçada, Foley e ela se unem a um novo parceiro, Bobby Abbott (Joseph Gordon-Levitt) e aos antigos companheiros Billy Rosewood (Judge Reinhold) e John Taggart (John Ashton) para acabar com uma conspiração comandada pelo Capitão Cade Grant (Kevin Bacon).”
Dei o play no filme de forma carrancuda e assim que começou com nosso querido Axel Foley nas ruas de Detroit ao som do clássico The Heat Is On de Glenn Frey, todo um possível mal humor foi embora. Inclusive, todo esse início é simplesmente maravilhoso. A nostalgia bateu e me transportou diretamente para os anos 80 com aquele tipo de perseguição que destrói a cidade inteira a medida que piadas e ação cruzam a tela de forma insana. Pronto, Um Tira da Pesada está de volta e já me ganhou.
Isso não quer dizer que o longa seja ótimo. O seu maior problema reside justamente em uma história fraca e por um momento até confusa. Digamos melhor que ela não é ruim, mas é bem batida. Dentro disso ela corre até de forma boa, mas que não chega a nos surpreender. O ponto alto desse roteiro são os diálogos que são incríveis e a vontade de gargalhar muitas vezes é grande. Axel Foley é um policial honesto que faz de tudo para resolver crimes, mas ao mesmo tempo, é um dos maiores trambiqueiros que temos, e isso é ouro dentro desse pacote.
A mistura entre novos e velhos personagens funcionou. Os antigos aparecem ali mais como apoio, enquanto os novos entram mais de cara na ação. É muito bom ver em tela nossos queridos Billly Rosewood (Judge Reinhold) e John Taggart (Josh Ashton). Eles brilham nos primeiros filmes e aqui, apesar de não aparecerem tanto, também brilham quando estão juntos. Serge (Bronson Pinchot) aparece de graça e nem tem motivo para estar ali. Não importa. Revê-lo também foi excelente.
Janes Saunders (Tayloy Paige) é a filha de Axel que por ser advogada está chegando perto de descobrir fatos dessa conspiração. Uma ameaça de morte a ela é que faz nosso querido protagonista voltar para Beverly Hills, mas a relação dos dois não é nada boa. Esse é um momento que poderia até mesmo aprofundar o personagem, mas optam por mantê-lo bidimensional e tudo bem também. Bobby Abbot (Joseph Gordon-Levitt) chega a virar um parceiro de Axel e a relação entre esses dois nos dão diálogos incríveis. Uma ótima adição a esse elenco. Kevin Bacon (Footlose: Ritmo Louco) não consegue um espaço para brilhar, mas ele faz corretamente o papel de vilão da trama.
Um Tira da Pesada 4: Axel Foley marca a estreia na direção de Mark Molloy e achei tudo bem competente. Boas cenas de ação e no geral não compromete em nada. Posso dizer que foi uma boa estreia e um ótimo exemplar para iniciar o seu currículo. No mais, é isso. Uma ótima comédia de ação que vai agradar em cheio aquela pessoa que sente falta dos anos 80 com afinco. Não sei dizer como ele vai chegar nas gerações posteriores, mas para mim a diversão chegou antes de qualquer coisa.