Nefarious

Baseado no livro quase homônimo “Nefarious Plot” de Steve Deac e dirigido por Chuck Konzelman e Cary Solomon, que também assinam o roteiro, é um filme completamente diferente de tudo que estamos acostumados a ver. Brilhante, genial e feito para pensar. Porém, não é para o grande público, mais indicado para cinéfilos, filósofos, antropólogos e afins. Não espere ver cabeças girando e sangue jorrando pois este não é o intuito do longa.

Na trama o jovem Dr. James Martin (Jordan Belfi) é um psiquiatra ateu que deve entrevistar o preso Edward (Sean Patrick Flanery) que diz ser o demônio Nefarious para definir se ele é mentalmente incapaz e com isso não pode ser executado, ou se ele é são e está fingindo o que lhe tornaria apto para a cadeira elétrica. Ao longo da entrevista o preso mostra saber fatos sobre o psiquiatra quase impossíveis e mexer com sua mente fazendo com que ele questione sua própria sanidade e crenças religiosas.

Contando com praticamente um cenário e praticamente dois atores, a trama é levada nas costas por Sean Patrick Flanery (The Boondock Saints). Suas expressões, trejeitos e maneirismos que mudam conforme o personagem, é o que captura o expectador e faz com que a trama sem grandes picos não fique maçante.

Apesar de ser algo novo, em alguns momentos faz lembrar os diálogos em Hannibal Lecter e Clarisse em “O Silêncio dos Inocentes” (1991) ou filmes de tribunal como “A Vida de David Gale” (2003) ou “O Exorcismo de Emily Rose” (2005). A questão central aqui não é se no corpo de Edward está uma entidade demoníaca ou se ele sofre de transtorno de múltiplas personalidades, mas sim no que o Dr. James ou o próprio público acredita. Um filme feito para fazer pensar consciência, ateísmo, crenças e religião.