Enfim chegamos ao fim dessa jornada que cultua abertamente o relacionamento tóxico como algo realmente romântico. ‘After: Para Sempre’ é o quinto e último filme da franquia ‘After‘, que é baseado nos livros best-seller escritos por Anna Todd. A conturbada relação amorosa entre Hardin (Hero Fiennes Tiffin) e Tessa (Josephine Langford) chegará ao fim de um jeito ou de outro. Será que estão fadados a ficarem juntos para sempre ou será que irão notar que um só sabe fazer mal para o outro?

Sinopse: “Após romper com Tessa (Josephine Langford), seu verdadeiro amor, Hardin (Hero Fiennes Tiffin), autor do best-seller ‘After’, está sofrendo de bloqueio criativo. Hardin então decide viajar para Portugal na tentativa de reavaliar o seu comportamento tóxico. Nesse processo, ele revisita figuras de seu passado, como Natalie (Mimi Keene), com o objetivo de conseguir perdão e reparar seus erros. Ao mesmo tempo, Hardin também está com o coração partido por não conseguir esquecer Tessa, que quer seguir em frente de uma vez por todas.”

Esse filme engloba a metade final do livro ‘After – Depois da Promessa’. Como a maioria dos acontecimentos foi contada no longa anterior que possuía o mesmo nome desse livro, algumas coisas precisavam ser incorporadas a esse e, com isso, boa parte do livro ‘Before’ contando o passado de Hardin antes da Tessa também está incluído nesse capítulo final. Por causa disso, ele se inicia bem diferente das obras anteriores e mal temos o vislumbre da Tessa até o seu ato final.

Desde o início, acompanhamos somente o personagem de Hardin no seu calvário para se tornar uma pessoa melhor para Tessa e, aí sim, ser feliz para sempre com ela. Nesse capítulo, vemos que ele, antes de Tessa, tinha sido novamente um ser humano horrível ao ter acabado com a vida de Natalie (Mini Keene). Não tem jeito, vou dar minha opinião pessoal sim: Hardin é uma pessoa horrorosa que, além de não merecer nenhuma dessas mulheres maravilhosas, deveria estar preso. Sua redenção acontece, mas é fraca e desproporcional com tudo o que ele fez nesses anos todos. Problemático e um grande playboyzinho que acha que pode fazer o que quiser.

O antagonista do filme (nem sei se posso chamá-lo assim, pois ele só aparece duas vezes em cena), é o amigo de Natalie, que claramente é arrogante e metido, chamado Sebastian (Benjamin Mascolo). Apesar disso, ele é o único são que diz na cara de nosso protagonista que ele deveria ir preso. Péssimo mas sensato, além de que essa é a pior interpretação de um bad boy que já vi em muito tempo. Digno de um grande Framboesa de Ouro.

Esse tempo em Portugal ajuda o personagem de Hardin. Ele se autoconhece melhor e se julga pronto para reconquistar Tessa. Consegue escrever um outro livro, agora com consentimento né, já que no outro livro ele contou toda a história da Tessa sem ela consentir, e não entende porque ela não quer mais ficar com ele. Enfim, eles se reencontram e nos dão um dos finais mais bregas que se há notícia. Além de que esse finalzinho nos dá um furo de roteiro gigantesco e parece que todos fingiram que não existiu.

Vou ser muito sincero e dizer que essa franquia é um desserviço ao que é realmente romântico. Para ele, amar de verdade é ser tóxico a níveis de ter ciúmes doentios e ser stalker mesmo quando a pessoa diz mil vezes que ela não quer mais vê-lo. Afinal, para meio entendedor aqui, um NÃO é um SIM. Nada vai derrubar o verdadeiro amor entre uma pessoa doente e outra sã. A romantização do “eu vou ajeitar esse bad boy” foi longe demais e acho essa franquia um péssimo exemplo para quem gosta e dá suspiros com o incrível amor desses dois.