O Demônio dos Mares
Existe um secto bem amplo de fãs de filmes de tubarão. De tempos em tempos saem os mais variados filmes desde que Steven Spielberg lanchou seu aclamado “Tubarão” (1975), desde filmes como “Megatubarão” ou “Águas Rasas”, até os bem cômicos como “Sharknado” ou “Tubarão Zumbi”. “ O Demônio dos mares” vem com uma proposta um pouco diferente. Se utilizando da técnica de Spielberg onde o monstro dos mares pouco aparece, o diretor Adrian Grunberg (Rambo: até o fim), propõe a reflexão sobre colonização desmedida até hoje dos povos latinos, como também a ideia do homem brincar de Deus extinguindo recursos naturais e destruindo tudo em prol do lucro.
Na trama, Paul (Josh Lucas) um americano que trabalha em uma grande petroleira, vai à um vilarejo pobre do México para verificar as condições de uma antiga plataforma de petróleo, e leva com ele sua família composta por sua esposa mexicana que conheceu pelos arredores Inez (Fernanda Urrejola) e seus dois filhos em uma espécie de férias familiares. Lá eles encontram miséria, devastação, segredos e um terrível tubarão gigante que está ligado a uma lenda envolvendo uma entidade asteca chamada Tlaloc.
O vilarejo completamente falido abriga moradores extremamente truculentos e agressivos. O que terá passado a este lugar que há 15 anos era tão paradisíaco? A família fica presa na desativada plataforma de petróleo chamada Diamante, junto com dois homens que nela trabalhavam. De acordo com os locais, o home rico americano branco explorou tanto a natureza que Tlaloc liberou o demônio dos mares, este enorme e terrível tubará como um kraken para se vingar.
O longa conta com as típicas cenas de roer as unhas nas tentativas das pessoas de escapar da terrível criatura marítima, que aqui, é enorme e muito bem-feita. Mas vai muito além disso trazendo diversas reflexões, lendas, a esperteza e inocência de crianças que tem um sexto sentido que os adultos parecem já ter perdido.A grande inovação e inteligência foi ter utilizado uma divindade da cultura asteca e ainda um elenco quase todo latino, e 50% falado em espanhol. Vale a ida ao cinema pelo entretenimento e reflexão, porém, não espere pela típica contagem de corpos.