Pequeno segredo e suas grandes injustiças

Meu caro leitor, desculpe, mas não consegui prestar atenção na parte técnica, estava muito ocupada me emocionando. Vi muitos críticos de grande peso e fama desferindo comentários negativos referentes a este filme. Alguns alegaram que esta obra de David Schurmann teve graves erros de técnica e montagem. Assistindo esse longa brasileiro, realmente não consegui fazer meu trabalho de crítica como eles, desliguei a jornalista e estava ali apenas como ser humano que é o que sou principalmente. E no dia que o ser humano perder a capacidade de se emocionar com uma bela história baseada em fatos reais porque está robotizado demais fazendo seu trabalho, ai, sim, realmente estaremos perdidos.

 

Outros eu acredito que simplesmente estavam com “implicância”, pois “Aquarius” não foi indicado para representar o país no Oscar. Só sei que, por um motivo ou por outro, respeito suas opiniões, mas está na hora de dar a minha:

 

O primeiro minuto já mostra uma das mais belas fotografias dos últimos tempos. Perfeitamente harmonizada com uma tocante trilha sonora. As canções parecem várias caixinhas de música diferentes, aquelas que servem para guardar jóias com pequenas bailarinas rodopiando. E por falar em caixinha de música e pequena bailarina, as duas aparecem no filme.

 

“Pequeno Segredo” é todo poético, cheio de beleza e simbolismo. Apesar de ter mais de duas horas de duração, estas passaram voando. Conta uma história de amor em suas mais variadas formas. E o que falar do mar? Ele é não só a parte mais bonita da fotografia,  como chega a ser também personagem de grande importância.

 

Com relação ao elenco, a atriz Mariana Goulart (Kat) deu um show de atuação no nível de veteranas muito mais velhas do que ela.  Claro que Júlia Lemmertz no papel de Heloisa Schurmann não deixa nem um pouco a desejar, uma pena foi Marcello Antony, que interpretou Vilfredo Shcurmann, “entrar mudo e sair calado”, mas vale lembrar que o filme é uma adaptação do livro escrito por Heloísa, logo foca mais na relação entre mãe e filha, ainda assim este foi o único ponto que me incomodou um pouco na película. A atriz irlandesa Fionnuala Flanaga (Os Outros) com certeza se destaca no papel da preconceituosa Barbara.

 

O filme foca em três histórias de amor diferentes. A história romântica entre o neozelandês Robert (Erroll Shand) e a brasileira Jeanne (Maria Flor), pais biológicos de Kat; a historia de amor maternal entre Heloísa e Kat mostrando, desprendimento, dedicação e que com certeza não é necessário dar a luz para ser mãe.  E em paralelo, a paixão pelo mar que acaba unindo estas duas famílias que se tornam uma só.

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Esta produção é, ainda, uma aula para acabar com a xenofobia, bullying e principalmente de uma vez por todas com o preconceito contra os portadores do vírus HIV. Nem todo mundo sabe detalhes sobre a doença e esta maravilhosa obra cinematográfica serve para informar sobre o tema.

 

Os momentos mais tristes do filme, que eu acreditava que seriam sofridos e me arrancariam muitas lagrimas acabam não sendo assim, eles são passados com tanta leveza e bom gosto que nos emocionam e tocam, mas sem deprimir. Acredito que saí do cinema feliz ao invés de triste por todos os pores do sol vividos por Kat.

 

Por Luciana Costa

 

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