Esquema de Risco – Operação Fortune
Guy Ritchie é um dos diretores que sempre coloco em um pedestal. Sou fã de muitos de seus filmes e tenho como meus favoritos da vida dois deles: ‘Jogos, Trapaças e Dois Canos Fumegantes’ (1998) e ‘Snatch: Porcos Diamantes’. Além desses, ele tem outros filmes de quais gosto, como os seus últimos trabalhos. O problema é que infelizmente ‘Esquema de Risco – Operação Fortune’ está entre os mais fracos de sua carreira e não conseguirei elogiá-lo como eu acho que ele merece.
Sinopse: “Em Esquema de Risco: Operação Fortune, o agente secreto Orson Fortune (Jason Statham) e seus companheiros recrutam uma das maiores estrelas de Hollywood para ajudá-los em uma missão importante – e arriscada. Quando a venda de uma nova tecnologia de armamento mortal ameaça perturbar a ordem mundial, todos os recursos se mostram necessários para combater esse inimigo.”
A parceria de ‘Infiltrado’ (2021) é repetida aqui. Guy Ritchie e Jason Statham estão de volta e trazem ainda um Josh Hartnett (Falcão Negro em Perigo) ainda bem fora de forma. A verdade é que dessa vez não vi nada inspirado. Nesse assunto eu vou a fundo mais no lance da direção. Logo ele, que acho um diretor fora da caixa. Aqui, ele faz um feijão com arroz bem normal e, somente em algumas pequenas cenas, é possível ver o toque dele. Como exemplo disso, algumas cenas onde as câmeras estão colocadas em cima da arma que dá uma sensação boa de movimentação, mas é só.
Outro ponto que achei negativo foi o roteiro. Não há um momento se quer nele que não haja uma ponta de canastrice. De todo mundo, e em todos os diálogos parece que foram escritos por um iniciante. Não apenas isso, é como se estivesse escrevendo pela primeira vez um longa de espionagem onde todos os clichês são colocados como se fossem novidades. Atrelado a isso, temos uma edição que tenta esconder um segredo que não precisa. Ela simplesmente corta e 2 minutos depois ela explica, fazendo assim, nenhum sentido narrativo.
Ainda nesse assunto, tem um grande furo no roteiro que eu notei. Ou eu dormi, ou realmente não tem. O vilão do filme sempre está um passo a frente de nossos heróis. Logo, é levantado a suspeita de que existe um traidor no grupo que esteja passando as informações. E é isso. Não explica como o bandido chega sempre onde eles estão e não tem nenhum traidor. Como assim?
A única pessoa que escapa de todas essas falhas é o Hugh Grant (Um Lugar Chamado Notting Hill). Ele está tão canastrão que conseguiu dar a volta e ser a melhor coisa de todo o filme. Ele está incrível. Embora pareça caricato e clichê, ainda assim ele se destaca a frente de um elenco que, no papel, é muito bom.
Ele possui inúmeros defeitos, mas ainda assim, acredito que vá divertir o público em geral. Afinal, eles não estão nem aí para esses problemas. Eles querem tiro, porrada e bomba. E isso tem bastante aqui. Eu tive a impressão de que a ideia dele é de ser o início de uma nova franquia. Uma espécie de Missão Impossível com um orçamento menor, mas com a energia caótica do Jason Statham que não consegue mudar um pelo de sua expressão.