Ambulância: Um Dia de Crime
Vai ser impossível escrever essa resenha sem colocar Michael Bay como o grande protagonista de ‘Ambulância: Um Dia de Crime’. Estamos diante de mais uma obra do diretor do jeito que ele gosta. Muita ação desenfreada, ótimos takes, belas imagens, péssima edição, péssimo roteiro, atuações cínicas e canastronas e muita diversão. O melhor e o pior você pode encontrar aqui, e tudo isso eleva a experiência ao máximo.
Sinopse: “O veterano condecorado Will Sharp (Yahya Abdul-Mateen II), desesperado para pagar as contas de hospital da sua mulher, pede ajuda à única pessoa a quem sabe que não devia pedir – o seu irmão adotivo, Danny (Jake Gyllenhaal). Criminoso profissional carismático, Danny faz-lhe uma contraproposta: o maior assalto a um banco na história de Los Angeles: 32 milhões de dólares. Com a vida da sua mulher em risco, Will não pode dizer que não”.
Esse filme tem muitos defeitos, mas eu estaria mentindo muito se não dissesse que me diverti horrores com ele. Cada situação absurda que eu via em tela me fazia vibrar e soltar um sorriso muito sincero do tipo “ah não, não pode ser”. São 2h 16m de ação, ação e mais ação. Quando você acha que ele vai dar uma descansada, ele vem com mais ação. A história não importa. Ela é simples, objetiva e bem clara. Só queremos um pretexto para ver uma perseguição gigante de carros pelas ruas de Los Angeles com muitos carros capotando e com muitas saídas incríveis das situações mais impossíveis.
O roteiro de ‘Ambulância…’ é baseado em cima do filme dinamarquês Ambulancen de 2005. Não o vi, mas duvido que tenha metade da emoção desse de 2022. O roteiro atual, escrito por Chris Fedak (Lendas do Amanhã), é cheio de falhas e graças a isso temos muitas cenas que não fazem sentido no papel, mas que quando ganham vida ficam até bonitas. Ou seja, o diretor sempre valorizando os takes em vez de uma boa escrita. Não vou julgar se está errado ou não, é uma escolha criativa que esteticamente fica tudo muito bonito.
O diretor agora descobriu os drones. Temos cenas incríveis com eles que passeiam lindamente pela tela nos dando momentos realmente de tirar o fôlego. Imagino que essa coreografia deve ter sido muito difícil de ser criada. Um outro contra ponto a isso é a edição que achei horrível. Essa também é uma marca de Michael Bay. No meio da ação temos uns 1000 cortes por minuto alternando a ação com piadinhas canastronas. Isso tem em todos os filmes dele e principalmente em Transformers.
Escrever essa resenha me dá um sentimento muito dúbio, pois ao mesmo tempo que eu falo bem eu tenho que falar mal. Entendo quem não goste do diretor, mas ele também tem méritos muito bons. Se você entendeu tudo o que eu escrevi e ainda assim quer vê-lo, vá em frente. Esse filme é teu e te garanto muitos momentos de diversão superficial. Nem tudo precisa fazer sentido e nem toda diversão tem que ser toda explicadinha. Posso sim ter passado um pano aqui, mas é um pano merecido.