Cry Macho – A Redenção
O ator e diretor Clint Eastwood se consagrou inicialmente no gênero Western. O ator foi descoberto ao atuar na série Rawhide (Courocru) pouco conhecida no Brasil. Na trama boiadeiros itinerantes levam gado através de tortuosos caminhos e passar por vários problemas envolvendo tanto a natureza quanto seres humanos. Clint não se orgulha da série, mas foi por ela que foi convidado para estrelar filmes de caubói como na franquia “Por Um Punhado de Dólares, “O Bom, o Mau e o Feio” de Sergio Leone, dentre outros. O ator que é também o última lenda viva de Hollywood acabou estrelando outros gêneros, mas com predominância do durão como é o caso da franquia “Dirty Harry” de Don Siegel. Nas vezes que fugiu ao estilo que o consagrou, como é o caso de “O Estranho Que Nós Amamos”, o ator foi capaz de brilhar e mostrar todo seu carisma da mesma forma.
Em 1971 o ator passou também a ser diretor. Nos filmes em que dirigiu e atuou, Clint Eastwood criou personagens que fugiam completamente do estereótipo que lhe deu fama, como é o caso de “As Pontes de Madison” onde faz um homem romântico e sensível ou “Menina de Ouro” onde faz um treinador de box que acaba com carinho paternal pela personagem de Hilary Swank. O filme aborda temas como racismo, machismo e sensibilidade, mostrando a posição de Eastwood quanto a tudo isso. Em filmes que apenas dirigiu como “Sully”, o personagem principal interpretado por Tom Hanks é um heroico homem de família, mais uma vez quebrando a fama de durão.
A trama gira em torno de um adestrador de cavalos aposentado que sai do Texas e parte para o México para buscar o filho adolescente, problemático e rebelde de seu ex-patrão. No caminho de volta a dupla vai passar por várias aventuras e aprender várias lições enquanto cria um belíssimo vínculo de amizade. O filme deixa ainda várias lições como com amor e disciplina as pessoas podem mudar e como ser um homem não tem nada a ver com violência. É um filme leve, sem grandes reviravoltas que promete agradar todos os públicos. Ponto alto para a inteligência e destreza de direção ao fazer analogia entre cavalos selvagens e os jovens.
“Cry Macho” é um mea culpa de Eastwood e uma ode aos tempos atuais. Se no início de sua carreira por escolha ou não se tornou o símbolo do machão, aqui é explicado que machão não é a melhor postura e sim um atraso de vida. O filme é um roadmovie, com jornada de herói fazendo lembrar longas como “Relatos do Mundo”. Temos um mentor, um aprendiz, carinho paternal, e até mesmo romance. Se este for o último filme de Clint Easwtood, seria o desfecho perfeito, terminando onde começou.