Sweet Tooth é uma nova série da Netflix baseada nos quadrinhos da DC Comics criada por Jeff Lemire e que conta com a produção de Susan Downey e Robert Downey Jr. Ela conta a história de um futuro pós-apocalíptico após um evento conhecido como “O Flagelo”, uma doença que foi responsável por devastar a população da Terra. Todas as crianças que nascem após tal evento são de uma nova espécie, chamados de híbridos. Uma mistura de humanos e animais. O nosso protagonista Gus é uma dessas crianças que nascem com traços de um cervo. Após a morte do seu pai, ele parte em busca de encontrar sua mãe junto de dois aliados bem diferentes um do outro. No caminho vai descobrir as mazelas desse novo mundo junto com a maldade dos humanos que sobreviveram a ele.

A série como um todo é uma mistura de conto de fadas com o mundo cruel de The Last of Us. A sociedade que restou tenta se organizar, mas o prenúncio de uma nova onda do ‘Flagelo’ chega e faz com que a busca da cura seja algo primordial. Nós temos 3 núcleos principais aqui: temos a do nosso herói Gus com seus companheiros, temos a história da Aimee que protege os híbridos e temos o Dr. Singh, que apesar de ser uma boa pessoa, fará de tudo para salvar sua esposa que tem o Flagelo.

Um ponto negativo é que esses núcleos só se batem no final da temporada. E deixam apenas um prenúncio do que virá pela frente na série. Quando fica bom, termina. Esse é um erro que a Netflix vem cometendo com várias produções, seja por falta de dinheiro, seja por falta de um bom plano para conquistar o telespectador. Esse detalhe pode custar muito caro, fazendo com que as séries sejam canceladas ou até mesmo não terem público para vê-las. Isso aconteceu com O Legado de Júpiter.

O 1º episódio é ótimo. Acompanhamos a vida de Gus com seu pai até o momento fatídico que iria mudar sua vida para sempre. Depois disso temos uma enorme barriga com alguns bons momentos que culminam no último episódio. Tudo parece acontecer no final e nos dá a impressão que poderia tudo ser resolvido antes para dar mais dinâmica a série. Alguns segredos são revelados e ficamos na eterna vontade de saber o que vai acontecer pela frente. Essa temporada parece um grande epílogo para os acontecimentos que virão na próxima temporada.

Impossível também ver essa série e não fazer um paralelismo com nossa vida real. Afinal estamos vivendo em uma pandemia e ela também fala sobre isso. De um modo muito mais avassalador, mas vemos. Vemos coisas como a crueldade humana, a ignorância, a falta de respeito pelo próximo e coisas boas como solidariedade, companheirismo e esperança de dias melhores. Tá tudo aqui, igual em nossa vida cotidiana. Incrível como ficávamos horrorizados com alguns comportamentos em filmes e agora o vemos no dia a dia e ficamos sem acreditar.

Considerei ela mediana como um todo. Ela tem ótimos momentos, mas também peca por parecer enrolar em outros. Acredito que a próxima temporada, que já está confirmada, será melhor. Os peões foram colocados em seus devidos lugares e o que espero é aventura, emoção, comédia e drama na medida certa sem parecer uma grande barriga. Ela tem potencial de ser muito melhor do que é. Caso ainda tenha dúvida, veja somente pelo Gus. Ele é amável demais, impossível não se apaixonar por ele.

Sweet Tooth está disponível no catálogo da Netflix.