Cruel Summer

Cruel Summer” segue a cartilha dos filmes de suspense dos anos 90 onde temos uma psicopata e uma vítima inocente que a persegue, como “Mulher Solteira Procura” e “A Mão Que Balança o Berço”. A grande diferença aqui é que vítima e vilã não estão bem definidas. “Cruel Summer” faz lembrar a primeira temporada da série “Secrets and Lies” (2015) onde a veterana Juliette Lewis é uma policial que persegue o principal suspeito de um crime, interpretado por Ryan Phillippe. Passamos a série inteira sem saber se a policial é louca e quer acabar com a vida do pai de família ou se ele é um psicopata e ela sabendo disso tem a intenção de colocar um assassino atrás das grades não importando as consequências.

A trama se passa em três momentos mais ou menos na mesma época. Em um primeiro momento Jeanette (Chirara Aurelia) é uma adolescente retraída, fora dos padrões de beleza, que se da muito bem com sua família e tem apenas dois amigos. Em paralelo, ela admira a linda e popular Kate (Olivia Holt). No ano seguinte, Jeanette se tornou uma jovem bonita e popular enquanto Kate está desaparecida. Já em um terceiro momento, as duas jovens estão com suas vidas destruídas. Acontece que Kate passou um ano sequestrada e acusa Jeanette de saber disso e ser cúmplice. A série conta com flashbacks e flashforwards, para diferenciar os anos o diretor e roteirista Bert V. Royal (A Mentira) utiliza as cores, cada vez mais escuras quando os anos passam.

 

Ao desenrolar da história, vários segredos são revelados, nada é o que parece. Em casa episódio vemos os acontecimentos através dos olhos de cada uma das protagonistas que acusa a outra de estar mentindo e querendo sabotar sua vida. Qual é vítima e qual é a vila fica para ser revelado no último episódio. Assim, o suspense e as reviravoltas são constantes.

Dentre os personagens secundários, vemos que os pais e os amigos das protagonistas também têm segredos. Outro personagem que é imprescindível para trama é o novo diretor da escola, Martin Harris (Blake Lee), um retrato fidedigno do icônico personagem Norman Bates de “Psicose” (1960).

A série é instigante e digna de maratona. Apesar de puxar mais para o suspense do que para o drama, em alguns momentos faz lembrar  “13 Reasons Why”. Uma segunda temporada já foi confirmada, resta saber se vai seguir a história dos mesmos personagens ou será uma trama completamente diferente.