A Mula
Uma opinião é unânime entre os cinéfilos, Clint Eastwood é muito bom em tudo que faz, seja na frente ou atrás das câmeras. Conquistou uma legião de fãs com seus icônicos filmes western, e dentre outras coisas, nos arrancou lágrimas no romance “As Pontes de Madison” e no drama “Menina de Ouro”. Em “A Mula” não poderia ser diferente, nós torcemos desesperadamente por este anti-herói. Fui com altas expectativas, que bom que não me decepcionei. Eastwood mostra que assim como o vinho, só fica melhor com os anos.
Nos é contada a história de Earl, ou Tata, como ele é chamado pelos integrantes do cartel de drogas. O senhorzinho fanfarrão, sem filtro e destemido que vai trabalhar de mula, transportando drogas (daí, o nome do filme), aos poucos conquista a simpatia dos bandidos que o acham meio maluco, porém muito competente.
Embora tenhamos no elenco grandes nomes como Bradley Cooper (Nasce Uma Estrela), Laurence Fishburne (Matrix) e Taissa Farmiga (A Freira), todos eles perdem a importância na presença do mestre. Todos aqui cumprem seus papeis, trabalham muito bem, porém, são ofuscados pelo velhinho mais querido do cinema.
As melhores cenas do longa ficam para os momentos em que Earl encontra policiais. Nós ficamos roendo as unhas, desesperados, pois qualquer pessoa naquela situação, com quilos de drogas ilícitas no carro seria presa, todas, menos um velhinho fofo, simpático e veterano de guerra. Essas cenas acabam nos arrancando várias risadas.
Nosso personagem principal por mais carismático que seja, não tem nada de herói. Sem nem ter a noção disso, destila comentários preconceituosos, e ao longo da vida toda, esnobou a família, foi egoísta e os deixou em segundo plano. Agora Earl luta para reconquistar espaço no coração da filha, ex esposa e neta enquanto trafica drogas pelo país. Com certeza, vale a ida ao cinema, um filme para todos os gostos onde podemos apreciar a atuação e direção do mestre Clint Eastwood.