Millennium: A Garota na Teia de Aranha
Após 7 anos, temos enfim mais um filme da saga Millennium nos cinemas. Série de livros criado pelo jornalista sueco Stieg Larsson. E o mais curioso disso tudo é que não fizeram a continuação direta de “Os Homens Que Amavam as Mulheres” (2011). Resolveram contar a história de “A Garota na Teia de Aranha”, o que na cronologia seria o 4º livro da saga. E este já não mais escrito por Larsson, e sim pelo também sueco David Lagercrantz. Não sei exatamente o motivo de terem pulado 2 livros aí. Talvez por já ter a versão sueca da trilogia original ou talvez para destacar a troca de atores na direção. O que sabemos é que temos um aqui um bom filme de suspense e tramas que desvendarão o passado da Lisbeth Salander.
Sinopse: “Estocolmo, Suécia. Graças às matérias escritas por Mikael Blomkvist (Sverrir Gudnason) para a revista Millennium, Lisbeth Salander (Claire Foy) ficou conhecida como uma espécie de anti-heroína, que ataca homens que agridem mulheres. Apesar da fama repentina, ela se mantém distante da mídia em geral e levando uma vida às escondidas. Um dia, Lisbeth é contratada por Balder (Stephen Merchant) para recuperar um programa de computador chamado Firefall, que dá ao usuário acesso a um imenso arsenal bélico. Balder criou o programa para o governo dos Estados Unidos, mas agora deseja deletá-lo por considerá-lo perigoso demais. Lisbeth aceita a tarefa e consegue roubá-lo da Agência de Segurança Nacional, mas não esperava que um outro grupo, os Aranhas, também estivesse interessado nele.”
Quero começar destacando o total protagonismo de Lisbeth Salander (Claire Foy) aqui. Se no longa anterior o protagonismo se dividia com Mikael Blomqvist (Sverrir Gudanson), nesse ele se torna apenas um coadjuvante que ajuda em certos momentos. O filme é dela, e cá entre nós, a personagem é maravilhosa. Em tempos de empoderamento feminino vermos uma justiceira hacker que se vinga de homens que maltratam mulheres é simplesmente maravilhoso e até um pouco catártico. Embora a trama aqui não vá muito por esse lado, e mais voltado para desvendarmos o passado de nossa protagonista.
Na direção, sai David Fincher e entra Fede Alvarez (O Homem nas Trevas), que aqui consegue fazer um bom trabalho. Sempre mantendo a fotografia bem escura ao mostrar sempre aquela Suécia gelada, passando um clima grande de melancolia e solidão. As cenas de ação apesar de não serem tão grandiosas, são bem feitas e pontuais, e são usadas principalmente para mover a trama pra frente, culminando em momentos de espionagem que chegam até lembrar os filmes de James Bond.
Para os fãs da série Millennium, tanto dos livros como dos filmes (a versão americana e a trilogia sueca), eu recomendo. A troca de atores não influencia em nada, embora seja fã dos que fizeram o primeiro. Claire Foy ( O Primeiro Homem), agora ganhadora de um Emmy pela série The Crown, consegue levar o longa facilmente nas costas. Agora é esperar que não haja mais troca de atores e que tenhamos mais uma continuação da saga.