Maria Madalena
Apesar da minha família inteira ter sido católica fervorosa, eu não me considero um católico praticante. Até fui batizado, rezo ao dormir e ao levantar, mas só isso. Por outro lado, sempre fui fã de histórias e tive um certo fascínio na Bíblia. Cresci, fui educado em colégio de freira e daí conheci vários ensinamentos passados pelo Livro Sagrado. Desde criança aprendi que Maria Madalena era uma prostituta (não sei porque resolveram colocá-la dessa forma), só que como o próprio filme informa, finalmente, em 2016, ela foi considerada uma apóstola. E o que temos aqui é o primeiro filme a partir dessa nova versão, com Maria Madalena como seguidora fiel de Jesus Cristo.
Sinopse: “A história de uma das figuras mais enigmáticas e incompreendidas da história bíblica: Maria Madalena (Rooney Mara). Em busca de uma nova maneira de viver, contrariando a sociedade, sua família tradicional e o machismo de alguns apóstolos, a jovem junta-se a Jesus de Nazaré (Joaquin Phoenix) em sua incansável missão de propagar a fé.”
O longa se torna muito atual quando entramos no assunto de empoderamento feminino, logicamente, não sou a pessoa mais indicada para falar sobre esta questão, mas creio que posso dar pequenas pinceladas. Se hoje em dia mulheres ainda sofrem com machismo e preconceito, imagina há 2000 anos. Alvo desses problemas até pelos fiéis apóstolos de Jesus, o filme mostra toda a força de Maria Madalena ao negar sua vida sem sentindo em busca de algo que realmente acredita. Ninguém vai impedi-la de amar ao próximo como se fosse a única coisa a ser feita no mundo.
Achei interessante a maneira como a história é contada: através dos olhos de Maria Madalena. Do dia que ela conheceu Jesus, passando pelos milagres apresentados e culimando na fatídica morte do Messias. É uma história que sempre mexe comigo de alguma forma boa. Sempre me faz pensar no que estou fazendo de errado na minha vida. Uma história sempre forte e que merece estar na memória de qualquer um, seja ele um fiel ou não das tradições cristãs.
O filme não chega a ser magistral, diria até que bem longe disso, mas ainda assim eu gostei bastante dele. Recomendo para fãs do gênero e para algumas pessoas que estão com pouca fé por aí. É de extrema importância que a gente veja uma figura histórica como Maria Madalena ser, enfim, reconhecida. E isto nos deveria fazer pedir perdão por mais de 2000 anos pelo equívoco. Um longa como esse, em uma época em que as mulheres lutam por direitos iguais e buscam seu espaço, talvez seja o que precisamos.