Entre Irmãs
Já faz um bom tempo que não vejo algo parecido com um épico, uma história com uma grande jornada, que te prenda e te faça torcer pelos personagens apresentados a você. Não me lembro também quando, foi a última vez que vi um épico do cinema nacional, mas tenho certeza que já faz um bom tempo. E graças a “Entre Irmãs”, com direção de Breno Silveira (Gonzaga: De Pai pra Filho), eu pude voltar a ver uma grande história de jornada, onde o crescimento e a vida de cada personagem muda de formas drásticas e bem dramáticas.
Sinopse: “Emília é uma jovem que sonha com um príncipe encantado e em se mudar para a capital. A corajosa Luzia faz a opção de seguir um violento grupo de cangaceiros. Criadas para serem costureiras, essas mulheres tecerão suas próprias histórias em um cenário francamente adverso à afirmação feminina.”
É muito interessante o contraste feito pelo diretor, pois o filme segue duas linhas narrativas bem opostas, uma na pobreza e na realidade dura acompanhada pelo núcleo dos cangaceiros, e outra por acompanhar uma sociedade mais civilizada, mas completamente hipócrita, onde impera o progresso e os bons costumes, mas que durante a projeção acabamos vendo que não adianta ter pompa, se não temos um mínimo de sensibilidade para com o próximo.
É a partir dessas duas histórias, que começam como uma só, que vemos o desenrolar das jornadas, e como algumas decisões são importantes demais a ponto de mudar completamente o rumo da sua vida. Desde então sofremos, vivemos e torcemos juntos com as duas personagens principais do longa, vividas por Nanda Costa (Gonzaga: De Pai pra Filho) e Marjorie Estiano (Sob Pressão), que a cada uma no seu modo estão simplesmente fantásticas na projeção.
Eu pouco sei da história dos cangaceiros, e posso dizer que o que sei é somente o básico. O nome do cangaceiro mais conhecido é Lampião, acompanhado de sua mulher Maria Bonita. Estou falando isso, pois claramente o personagem Carcará (Júlio Machado) e Luzia (Nanda Costa) são baseados nesses nomes, e também pelo filme se passar nos anos 30, época em que Lampião fez a sua fama e encontrou o seu derradeiro fim. Falo isso, pois fiquei realmente interessado pelo modo de agir e pensar deles.
Um bom épico nacional, que para mim pecou apenas por ser um pouco longo demais, e por ter empurrado histórias por muito tempo, sendo que poderiam resolvê-las antes, mas nada que realmente estrague a importância da história contada aqui.