O Poderoso Chefinho
Há filmes de animação que são feitos para crianças; outros, para os adultos que as cercam. Por incrível que pareça, “O Poderoso Chefinho” se encaixa na segunda categoria. Primeiro porque eles são os que melhor vão entender as referências a vários blockbusters como “Indiana Jones e a Última Cruzada” (1989) e A Origem (2010). Mas também pela mensagem que passa.
Nos aspectos técnicos, a animação mantém o alto padrão da DreamWorks e tem usos fortes do 3D. A realidade consegue ser alternada com a imaginação fértil das crianças, mudando de estilos, sem cair no brega. Já o roteiro tem todos os tipos de humor, do mais inteligente ao mais básico, com direito a plot twist.
A história é narrada por Tim, um filho único que vê seu mundo desabar quando um bebê chega e toma toda a atenção de seus pais. O bebê é, na verdade, um agente secreto da Baby Corp, uma empresa etérea para onde vão aqueles que não se encaixariam vindo para a Terra e vivendo com famílias. Ele se infiltra na família de Tim porque os pais do protagonista trabalham no departamento de marketing da Puppy Co., uma corporação que cria cachorros e os vende ainda filhotes. As duas companhias competem no mercado do amor, e atualmente, os cachorrinhos estão ganhando.
Tim se vê forçado a ajudar o intruso na missão de descobrir detalhes sobre o lançamento iminente da Puppy Co., já que é a única maneira de se livrar do irmão mais novo. Ao longo dos dois dias que passam juntos, os dois descobrem que até que a vida com um irmão não é tão ruim, no fim das contas – e que há amor de sobra para todo mundo. Além do recado para as crianças, há um para os pais, sobre a importância da família em relação ao trabalho.