007 – Sem Tempo Para Morrer
Olha, a espera foi recompensadora. Esse filme era para ter sido lançado em abril de 2020 e só veio ver a luz em setembro de 2021. Demorou, mas valeu muito a pena. Desde criança sou fã da franquia 007, lógico que não sou fã de todos, mas posso dizer que gosto de todos com o Daniel Craig. Para mim, ele foi o James Bond definitivo. A modernização do personagem veio com ele e com isso cenas de ação incríveis e com muito impacto, a ponto de sentirmos cada soco desferido em tela, deram o tom de suas aventuras. Esse é o quinto filme estrelado pelo ator e infelizmente o último, como já foi dito aos 7 mares por aí.
Sinopse: “James Bond deixa o MI6 e se muda para a Jamaica, mas um antigo amigo aparece e pede sua ajuda para encontrar um cientista desaparecido. Bond mergulha no caso e percebe que a busca é, na verdade, uma corrida para salvar o mundo.”
Eu só tenho elogios para esse filme. Fiquei pensando em algo de ruim, mas não achei. Isso é raro. Muito provável que tenha alguns defeitos nele, mas eu achei tudo tão maravilhoso que não consegui perceber nada que pudesse vir aqui e falar mal. Acredito que toda a minha emoção venha porque nele tem tudo de bom do que venho reclamando ultimamente. Posso começar falando sobre o uso de CGI. Ele é comedido e nos dá espaço para os efeitos práticos, o que torna tudo mais crível e palpável. As cenas de ação são todas ótimas e fluídas por causa desse detalhe, principalmente quando temos perseguição de carro.
Muito desse deleite visual vem do diretor Cary Joji Fukunawa (Beast Of No Nation). Ele está excelente aqui e todas as suas tomadas são bem pensadas e muito maravilhosas. Todo o visual do longa também é belíssimo e toda sua direção de arte nos transporta perfeitamente para o lugar onde estamos visitando durante a projeção. As locações são todas escolhidas a dedo e me fez pensar que esse filme foi todo rodado como um longa de antigamente, com sets de verdade e com efeitos práticos no local real em que está se passando. Desculpe meu entusiamo, mas eu estava precisando disso.
O roteiro tem tudo o que os fãs da franquia gostam: traições, reviravoltas, surpresas, revelações, muita ação, uma trama inicialmente confusa que aos poucos vai se tornando clara e um final digno. Talvez o ponto mais baixo tenha sido o vilão. Dessa nova fase, tive a impressão dele ser o menos perigoso, mas em contrapartida foi o que mais causou estrago pessoal para o James Bond. Só isso, já o coloca na grande galeria de grandes vilões da franquia. Até o que poderia ser o ponto mais fraco, ainda assim é algo bom.
O elenco também é incrível e temos a volta do já citado Daniel Craig (Entre Facas e Segredos), Léa Seydoux (Azul é a Cor Mais Quente), Ralph Fiennes (O Grande Hotel Budapeste), Ben Whishaw (O Retorno de Mary Poppins), Naomie Harris (Extermínio), Rory Kennear (Penny Dreadful), Jeffrey Wright (Westworld) e Cristoph Waltz (Bastardos Inglórios). Entre as novidades temos Ana de Armas (Blade Runner 2049), Rami Malek (Bohemia Rhapsody) e Lashana Lynch (Capitã Marvel). Agora me diz, com esse elenco tem como ser ruim? Até teria, mas não foi o caso aqui. Todos perfeitos.
Se é fã da franquia, acredito que vá se esbaldar e ver uma linda obra. Um belo jeito de fechar o ciclo começado em 2006. São 15 anos e 5 filmes com o Daniel Craig na pele do personagem. Não sei o rumo que seguirão daqui para a frente. Seria muito interessante deixar a nova 007 como protagonista da história (não é spoiler porque está no trailer). Ver uma mulher negra como cabeça de uma franquia como essa seria lindo demais, mas não sei se terão coragem para isso. Agora é esperar e ver o que os produtores vão decidir para o futuro.
Vou deixar o clipe da Billi Eilish que é o grande tema musical do longa. Uma prática clássica passada de filme a filme.