Trolls

Esqueça tudo que você sabe sobre trolls antes de entrar no cinema. Neste filme, eles não são internautas desocupados que vivem para irritar gente inocente. Pelo contrário: os personagens principais desta animação adoram dançar, cantar e abraçar. Para criar um visual que cativasse todo e qualquer espectador, os animadores não pouparam esforços e desenvolveram um mundo que tudo é colorido e peludinho, como bichinhos de pelúcia.

A história do filme começa 20 anos antes da trama se desenrolar, quando os pequenos trolls são descobertos pelos bergens. Os monstros malvados viviam em estado permanente de tristeza até descobrirem que comer trolls despertava felicidade, um sentimento que nem sabiam serem capazes de sentir. Nossos miniheróis armam uma fuga e vivem em paz por duas décadas, até que a malvada Ministra da Felicidade dos bergens (responsável por cozinhar e distribuir os trolls uma vez por ano) os descobre.

A partir daí, começa o clichê: alguns trolls são sequestrados e a princesa decide resgatá-los sem ajuda de ninguém. Mas o solitário da vila, único que perdeu sua cor por parar de cantar, vai atrás dela para conseguirem, juntos, trazer todos de volta. Uma subtrama de Cinderela, protagonizada pela bergen ajudante do castelo que sempre foi apaixonada pelo príncipe, dá a oportunidade de ouro aos heróis.

Assim como qualquer história voltada para crianças, o filme traz uma lição de moral: a felicidade não é algo que vem com a facilidade de tomar uma pílula, e sim é fruto das experiências positivas que compartilhamos com as pessoas que amamos. Por isso, ela está ao alcance de qualquer um – principalmente, quem está disposto a procurar por ela. É uma pena que uma lição tão valiosa esbarre em clichês, como a necessidade da criada do palácio mudar o visual para ser percebida. Mas em geral, a mensagem é positiva.

Uma observação para os adultos que decidirem assistir (ou tiverem que acompanhar crianças): as melhores piadas se perderam na meia-tradução do filme, pois envolvem trocadilhos com sucessos musicais. Quem sabe de cor vai entender, mas não é a mesma coisa – e infelizmente, a melhor ficou em inglês, então não fará sentido para quem não tiver domínio do idioma.  A música-tema “Can’t stop the feeling” de Justin Timberlake, que chama atenção para o filme há meses, também ficou na versão original.

Deixe uma resposta