“Kokomo City” poderia ser a versão documentário da série “Pose“. Obviamente, como  qualquer documentário sendo não ficcional, é menos lúdico, mais real e rasgante. Inclusive, duas das quatros mulheres entrevistadas no filme são residentes de uma “casa” de Nova York famosa pela participação na noite underground e seus bailes.

“Kokomo City” entrevista quatro mulheres trans, pretas que trabalham com o sexo. Durante a entrevista somos apresentados à vida daquelas mulheres. Algumas já em 100% da transição, outras ainda não e algumas que preferem ficar como estão.

O filme todo em preto e branco é muito bonito, com uma fotografia e montagem instigantes. Todas as sequências são muito bem colocadas pela diretora D. Smith, que merece cada prêmio que levou. As questões são extremamente interessantes. Como aquelas mulheres chegaram aonde estão? Pelo o que elas passam? Como uma mulher trans preta é vista pela sociedade? Pelas mulheres? Pela comunidade preta? Um filme que toca, se conecta, desconecta, conecta novamente e te ensina.