Antes de começar a falar qualquer coisa sobre o filme, eu vou começar com uma longa introdução sobre o musical. Cats é um musical composto por Andrew Lloyd Webber, responsável por sucessos como O Fantasma da Ópera e Jesus Christ Superstar. A peça estreou em 1981 em Londres, mas só foi fazer grande sucesso na Broadway, onde permaneceu em cartaz por 18 anos. As canções da peça foram criadas em cima dos poemas de T. S. Elliot sobre gatos.

Não conhecia a peça até eu ouvir diversas piadas com o musical em séries e filmes dos anos 90, sempre de uma forma jocosa. Ficava imaginando como algo ruim poderia fazer tanto sucesso. Enfim esse ano, durante a pandemia, o próprio compositor liberou por 48h no Youtube e fui ver com toda a minha curiosidade e amor que tenho por musicais. Eu dormi. Achei a história desinteressante, chata, monótona, mas ao mesmo tempo conseguia ver algo de bom ali. Algumas músicas a princípio, irritantes, ganham contornos em sua cabeça e você fica cantarolando elas por dias. É com essa bagagem que fui assistir ao longa.

Sinopse: “A tribo de gatos Jellicles todo ano precisa tomar uma grande decisão em uma noite especial: escolher um dos membros para ascender ao Heaviside Layer, lugar que promete uma vida melhor a todos. Cada um dos gatos conta a sua história para sua líder, a velha Deuteronomy, na tentativa de ser o escolhido.”

Trailer: Cats

A verdade nua e crua é que o filme se assemelha demais com a peça, mas acredito que consiga ser pior devido a várias coisas que vou citar. Poderia dizer facilmente que ele é um grande erro, a ponto de você se sentir envergonhado (eu me senti um pouco no número final). O longa deveria vir para somar e deixar melhor, mas não foi o que aconteceu. As escolhas criativas foram terríveis, tanto na escolha dos efeitos visuais que beira o bizarro quanto a direção dos números musicais que são de um mal gosto inacreditável.

É muita maldade com o elenco, pois só tem gente boa, mas ninguém, NINGUÉM se salva. Olha que estou falando de nomes grandes como Judy Dench, rainha do cinema mas que fiquei envergonhado; Idris Elba, decepcionane; Rebel Wilson, a pior; Jenniffer Hudson, era pra ter a música principal e levar os telespectadores as lágrimas, mas não deu; James Corden, vergonha alheia; e Ian McKellen, o que ele está fazendo aqui? Tudo isso em um efeito especial que coloca o rosto no corpo do gato e você nota que tá errado e tá ruim.

Ele só não é um nota zero, pois as músicas que ficaram tatuadas na minha cabeça estão lá. Quando tocadas todo esse meu sentimento que estava tudo ruim, ia embora, mesmo que por pouco tempo e lembrando sempre que os números musicais são horríveis. Não recomendo para ninguém, ou melhor, recomendo apenas para os fanáticos por musicais da Broadway e que já tenham visto ou escutado, e que sabem muito bem onde estão se metendo.

A curiosidade que fica é que tivemos no Brasil uma versão do musical. Ela foi traduzida por Toquinho. No Youtube tem alguns trechos. Confira aqui!